terça-feira, 8 de junho de 2010

Easy riders sustentáveis.

Fazer uma viagem do Alaska até a Terra do Fogo de carro, já é uma aventura e tanto. Agora, imagine fazer isso em um veículo elétrico, conversível e desenhado originalmente para as pistas de corrida. Pois é exatamente essa ideia que estudantes de engenharia da Inglaterra estão colocando em prática. A intenção deles é simples: mostrar para o mundo que carros elétricos também podem ser rápidos, bacanas e percorrerem longas distâncias.

O nome da equipe, criada pelos alunos do Imperial College de Londres para cruzar a rodovia Pan Americana, é Racing Green Endurance. “Ainda há a percepção que os EVs (veículos elétricos) são de alguma maneira inferiores aos seus concorrentes de combustível fóssil. Existe sempre uma desculpa ‘eu compraria um, mas eles só andam alguns quilômetros…. Eles não são realmente zero carbono… eles demoram muito para carregar’. Essas são as percepções que nós queremos mudar”, disse à revista Wired.com o porta-voz do grupo. O problema da autonomia é, de fato, uma das principais dificuldades que as montadoras enfrentam para tornar os EVs populares.

O nome escolhido para o carro foi SRZero. Ele nasceu como um SR8,  modelo fabricado pela Radical Sporstcar para as pistas de alta performance. Apesar de parecer estranho, o veículo se prestou para a transformação, uma vez que seu chassi tubular  facilitou a colocação das baterias, e seu pouco peso ajudou a maximizar a autonomia. Além do aspecto prático, o fato do SRZero ter a aparência de um carro de corrida ajuda bastante na divulgação do projeto, uma vez que chama muito mais a atenção do público do que um 4x4, por exemplo.

O motor original V-8, 2.6 litros de 6 marchas cedeu espaço a dois motores de Fluxo Axial AC sincronizados. Eles produzem 72 kilowatts (96.5 hp) contínuos, ou 144 kilowatts (193 hp) funcionando no limite. O carro pesa 1.100 quilos, dos quais 550 são da bateria. A autonomia do veículo é de 400 quilômetros, usando uma bateria de lithium-ferro fosfato de 56 kilowatt-hora. Para se adaptar à estrada, o SRZero teve seu chassi modificado e sua altura do chão foi aumentada. A carroceria é feita com fibra de carbono. Segundo Hadland, o carro é bastante confortável, mesmo depois de horas atrás da direção.

O projeto começou em janeiro de 2009 e tem o patrocínio da Radical e da Thundersky, entre outros. Os alunos também contam com o apoio do Imperial College. Para cruzar as fronteiras da América sem enfrentar problemas, os ingleses já fizeram contato com autoridades locais, inclusive alguns embaixadores.



Quando ao fato de viajarem 25 mil quilômetros em um carro sem capota, eles não parecem preocupados. “Temos jaquetas quentes e capacetes”, explica Hadland. A viagem  começará dia 8 de julho em Prudhoe Bay, no Alaska, e deve terminar três meses depois na Terra do Fogo.

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