quarta-feira, 28 de julho de 2010

Escola com “E” maiúsculo

Casado com Fernanda, pai de Nina e Bento, Felipe Anghinoni é um cara que nunca aguentou ficar fazendo a mesma coisa durante muito tempo. Depois de fazer de tudo um pouco dentro da publicidade, trabalhando como redator, atendimento, planejamento e na prospecção de novos negócios, ele resolveu se juntar ao amigo Tiago Mattos para fundar a Perestroika .


Nada convencional, a escola ensina coisas como poker, gastronomia, arquitetura efêmera, moda, criação publicitária e tem cursos com nomes pra lá de inusitados como Molotov e Mothetfucker. Apesar de serem bastante diferentes, todos eles têm um ponto em comum que é a criatividade. Segundo o publicitário, mesmo que eles ensinassem cálculo, seria de uma forma criativa.

A Perestroika ajudou a aplacar a sua necessidade de estar sempre se reinventando, se reformulando. No novo negócio ele acaba sendo um pouco empresário, um pouco professor, um pouco publicitário.“Com a escola eu pude exercer mais integralmente essa característica multidisciplinar que já tinha me acontecido antes. Eu ficava meio angustiado de estar fazendo a mesma coisa durante muitos meses, então essas mudanças que eu fazia dentro da mesma empresa, mas mudando radicalmente de área de atuação, hoje na Perestoika é algo que eu faço todos os dias, fazendo coisas diferentes, rotina zero.”

Anghinoni explica que ele e Tiago também tem a intenção de fazer escola com “E” maiúsculo, no sentido de deixar um legado, desenvolver uma corrente de pensamento. “Não é muito fácil definir, ao mesmo tempo que somos uma escola, nós produzimos curtas, editamos livros, organizamos copas de futebol, montamos um grupo de comédia, fazemos mostras de arte. A gente tenta fazer coisas, além de ensinar. Isso faz parte de um formato contemporâneo de como as coisas estão acontecendo nas empresas, na vida das pessoas”, diz .

Ele está em um ponto de sua vida em que fica difícil separar o que é trabalho e o que é lazer . Tanto é que um projeto de stand up comedy iniciado dentro da escola, acabou se tornando um hobby que o inquieto empresário passou a levar a sério. A coisa ganhou uma proporção tal que no ano passado ele fez 40 apresentações de seu show de comédia pelo Estado. Atualmente, no entanto, as horas vagas estão raras e as piadas acabaram ficando de lado.

O diretor da Perestroika está sempre ligado nas novidades tecnológicas que aparecem, principalmente aquelas que permitem uma maior conectividade social. Ele reconhece que passa o dia inteiro ligado ao Facebook e ao Twitter , seja no computador, seja no iPhone. “Tenho amigos que eu só falo pelo Facebook, outros só pelo msn, ou pelo Twitter. Essas redes sociais já estão incorporadas à minha pessoa. Eu acho que isso aí permite que a tua teia de conexões se multiplique por muito.” Anghinoni também usa muito o Twitter para se comunicar com os alunos e com as pessoas interessadas nos cursos da Perestroika.



Na opinião do publicitário, as novas tecnologias criaram uma nova maneira de se fazer propaganda. Segundo ele, a publicidade hoje deve ser mais ativa, mais relevante na vida das pessoas, gerar mais engajamento. Deve ser menos uma propaganda em exposição, e mais uma propaganda em atividade, viva, orgânica. “E são esses conceitos que nós tentamos transmitir nas nossas aulas.”

Mais de 1.500 alunos já passaram pela Perestroika. Os cursos mais procurados são o Molotov (Criação I), o Superstylin’(moda) e o True Consumer (comportamento do consumidor). O nome da escola veio do russo, e significa literalmente “Reconstrução”.

Felipe explica o porquê da escolha: “A gente entende que o processo criativo tem tudo a ver com o processo de desconstruir e reconstruir, pois raramente criamos algo totalmente novo. Sempre partimos das nossas referências, das coisas que a gente já viu na vida, das coisas que outras pessoas já criaram.”

2 comentários:

  1. muitíssimo interessante esse último post. realmente, uma escola muito diferente.

    sou fa do blog contemporaneo, parabens pela diversidade de informações!

    Cleo Gutterrez

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  2. Tudo a ver a Perestroika com contemporaneidade. Ótima sacada!

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